Outro dia,
sem nem perceber... me peguei me aceitando, em algumas coisas que antes
não aceitava em mim... e pude sentir o gosto da liberdade bem na ponta
da língua, de tão real...
Sabe aquelas coisinhas que você julga
que não são muito boas, coisinhas bobas e sem importância, mas que, por
memórias equivocadas não se adequam ao que cabe dentro das regras, e
você se vê, automaticamente, seguindo ainda essas regras... e fazendo
muita coisa porque ainda tem que.
Pois é... de repente me vi livre de muitos tem que.... e foi tão bom... mas tão bom que pude sentir como é simples ser feliz.
Percebi como ainda tinha medo de me revelar por inteiro... como sou...
sem mais nem menos... E é tão bom, quando dentro das suas possibilidades
do momento, você se aceita mais um pouquinho que seja, com seus
supostos defeitos e qualidades... sem julgar se aquilo é um defeito ou
qualidade, mas aceitando que aquilo é Você na forma em que se encontra
hoje...
Mesmo porque defeito e qualidade são muito relativos e o que
é defeito para um pode ser qualidade para outro... Eu mesmo já mudei de
idéia quanto a muita coisa que achava que era defeito e que vi que era
qualidade e vice-versa... Afinal, nosso juízo sobre esses assuntos são
muito direcionados por padrões de normalidade que, cá entre nós, não são
lá muito confiáveis... porque foram criados para que neles coubessem
muitas pessoas.... mas muitas mesmo...
Por isso, quando a gente
descobre que não precisa se adequar a nenhum padrão de comportamento
que não seja o ditado pela nossa Alma, a liberdade que vem daí não tem
preço... Liberdade não só para você, mas para todo mundo que você também
queria enquadrar...
Você começa a perceber a beleza única de cada
um... a riqueza infinita de formas de ser e de fazer, que não se repetem
uma única vez... as infinitas possibilidades da Criação se manifestando
em cores e nuances mágicas que, fazem da vida um arco-íris que se
estende até o infinito, como um tapete macio e colorido que recebe pés
que ousam dar o primeiro passo, a cada passo...
Você percebe a
beleza irrepetível de fazer a aparentemente mesma coisa, de forma única,
porque sabe que na abundância ilimitada da criação existem infinitas
possibilidades de combinações que nos possibilitam sempre trazer o
novo... mesmo no velho...
Você percebe que o velho nem
existe.... porque tudo se renova. O que existe é o nosso apego às coisas
que... cristalizamos com ele e com isso paralisamos no tempo tendo a
falsa ilusão que aquilo não muda...
E, então, você acorda um
dia maravilhada por descobrir que aí mesmo na sua casa, da maneira que é
você é, no seu jardim... ou no quintal... ou mesmo na janela do seu
apartamento, existe todo um mundo novo esperando para se revelar para
você... que também já não é a mesma pessoa que dormiu ontem... nem por
dentro nem por fora. Ninguém passa por um dia ou por uma noite
impunemente... sempre saímos diferentes do que entramos...
E
você entende, de repente... que ser feliz é como uma brisa que sopra
suave e acaricia seu rosto... lhe fazendo puxar o ar inesperadamente
para bem profundo... ao constatar que você está sendo cuidada pela
vida...
Rubia A. Dantés -
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