Aqui e ali encontramos inúmeros doentes que se candidatam ao auxílio da ciência médica, mas em toda parte, igualmente, existem aqueles outros, portadores de moléstias da alma, para os quais há que se fazer o socorro do espírito.
E nem sempre semelhantes necessitados são os viciados e os malfeitores, que se definem de imediato por enfermos de ordem moral, quando aparecem.
Vemos outros muitos para os quais é preciso descobrir o remédio justo e, às vezes, difícil, de vez que se intoxicaram no próprio excesso das atitudes respeitáveis em que desfiguraram os sentimentos, tais como sejam:
.. os extremistas da corrigenda, tão apaixonados pelos processos punitivos que se perturbam na dureza de coração pela ausência de misericórdia;
.. os extremistas da gentileza, tão interessados em agradar que descambam, um dia, para as deficiências da invigilância;
.. os extremistas da independência, tão ciosos da própria emancipação que fogem ao dever, caindo nos desequilíbrios da licenciosidade;
.. os extremistas da poupança, tão receosos de perder alguns centavos que acabam transformando o dinheiro, instrumento do bem e do progresso, na paralisia da avareza em que se lhes arrasa a alegria de viver.
Há doentes do corpo e doentes da alma.
É forçoso não esquecer isso, porque todos eles são credores de entendimento e bondade, amparo e restauração.
Diante de quem quer que seja, em posição menos digna perante as leis de harmonia que governam a Vida e o Universo, recordemos as palavras do Cristo: não são os que gozam saúde que precisam de médico.
Emmanuel/Chico Xavier
Obra: Benção de Paz
Nenhum comentário:
Postar um comentário