Em vez de querer mudar pessoas ou circunstâncias externas ou apenas procurar resolver nossos problemas externos, é necessário contemplar e descobrir que lições precisamos aprender, que virtudes precisamos desenvolver com cada problema. Compreender o que Deus e o universo estão querendo nos ensinar.
Fomos condicionados a pensar que as outras pessoas ou as circunstâncias externas nos afetam, mas primeiramente somos afetados pela nossa atitude em relação às coisas. Depende de nós que sejamos afetados negativamente ou positivamente.
A lei karmica de Deus não é punição, é um aprendizado. É uma oportunidade divina para encontramos o caminho do dharma, do dever. Quando aprendemos a lição, quando praticamos o caminho da retidão, da verdade, da luz, nós nos sintonizamos com a lei de harmonia universal que preserva a unidade do universo.
Ações corretas produzem bons resultados. Atos errados conduzem às más conseqüências. É importante compreender essa máxima: Não há felicidade ou miséria não merecida.
Mesmo que seja difícil de entender, tudo acontece para o melhor. Tanto as coisas boas como ruins têm o propósito elevado de nos transformar, de nos educar, de nos aperfeiçoar.
Nada acontece por acaso. No momento presente estamos vivenciando como condições e circunstâncias da vida o que foi criado por nós no passado. Não temos controle sobre esse karma acumulado, porque tudo está de acordo com a justiça universal divina.
Essa vida é um palco estabelecido para que possamos vivenciar nosso karma na atmosfera certa. Não podemos mudar este mundo; não podemos mudar os outros. (Compreender isso nos liberta de um grande peso) Tudo é como é. Não há nada para reformar. Tudo o que temos que fazer é obter o correto dentro de nós. O externo cuidará de si mesmo.
Porém temos uma saída. Apesar de não podermos ficar livres das causas do karma, podemos ficar livres dos efeitos do karma, suportando-o com aceitação, com paciência, com entendimento, com gratidão, sem revolta. Isto faz toda a diferença. Em vez de ficar lamentando, sentindo-se vítima e sofrendo sem resolver nada, podemos escolher aceitar e aprender.
É uma grande sabedoria entender que a primeira coisa que temos controle é a nossa própria atitude. Ela determina nossa experiência interior, nossa verdadeira experiência. Quando determinamos o que acontece dentro de nós, então determinamos nossa experiência de vida. Esse é o segredo para o autodomínio e a liberdade.
O Dharma (o dever) é a lei de justiça universal. É praticar ações virtuosas; desenvolver qualidades como a generosidade, a bondade, a compaixão, o altruísmo, a verdade, a caridade. Desenvolver o controle sobre a raiva, o controle dos sentidos, o não-roubar, o não-mentir, o não-matar. Praticando o dharma mudamos nossa atitude, nos libertamos do sofrimento e nos sintonizamos com as leis universais e divinas.
Nossa grande tarefa é mudar a nós mesmos, com determinação, perseverança e muita paciência. Viemos a este planeta não com o propósito de sofrer passivamente ou apenas passarmos um tempo aqui. Viemos a este abençoado planeta Terra com o propósito de aprender, de evoluir, de crescer espiritualmente, de desenvolver virtudes em nosso interior. Tudo o que temos a fazer é melhorar a nós mesmos e agir de acordo com o dharma, a retidão: o correto pensamento, a correta palavra, a correta ação, o correto modo de viver.
Quando compreendermos verdadeiramente que as futuras condições de nossas vidas são determinadas por nossos pensamentos, palavras e ações de hoje, viveremos cada momento com mais responsabilidade.
Precisamos confiar mais em Deus e compreender que Ele nos colocou neste mundo com um plano de evolução. Deus não nos criou para sofrer e nem fomos colocados na Terra para lutar por nós mesmos. Ele nos apóia e protege mesmo quando não lembramos Dele.
A base de uma vida completa é fé e amor que conquistamos através da oração, do canto dos mantras, da meditação, dos pensamentos positivos e elevados. Essas práticas devem ser feitas com regularidade para que encontremos o apoio interior que traz contentamento e entusiasmo e que tanto nos ajuda nos momentos difíceis.
Não devemos fugir das práticas espirituais nos tempos difíceis, pois são momentos de crescimento e aprendizado. Se tudo fosse fácil e muito doce todo o tempo, Deus seria esquecido. Os problemas e dificuldades nos fazem pensar em Deus e encontrá-Lo.
Nossas tendências negativas não vão embora por elas mesmas. Assim existe o processo purificador. Por essa razão, meditamos, fazemos yoga, repetimos o mantra, cantamos mantras, fazemos serviço altruísta, aplicamos os ensinamentos em nossa vida diária, nos tornamos mais disciplinados, começamos a nos entregar à vontade do Ser interior. Todas essas práticas vão eliminando as tendências negativas e os hábitos errados.
Somos criaturas de hábitos e muitos deles são negativos. Muitas vezes, sabemos o que é bom para nós e o que é ruim, mas permitimos a nós mesmos fazer o que é ruim para nós. Não fazemos o que é bom e quando estamos fazendo o que é ruim, pensamos: “Eu nunca mais farei isso de novo, esta é a última vez”. E a pessoa pode fazer algo pela última vez muitas e muitas vezes.
A única maneira que podemos ficar livres dos hábitos negativos é substituindo-os por um hábito bom, por um hábito benéfico.
Emilce Shrividya Starling
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