Remanescente dos instintos agressivos, ela estiola as mais formosas florações da vida, estabelecendo o caos.
Em onda volumosa arrasa, deixando destroços por onde passa, alucinada.
Na raiz da violência encontra-se a falta de desenvolvimento do senso moral, que o espírito aprimora através da educação, do exercício dos valores éticos, da amplitude de consciência.
Atavismo cruel, demora de ser transformada em ação edificante, face às suas vinculações com os reflexos instintivos do período animal, que se prolongam, perturbadores.
Não apenas gera aflição, quando desencadeada, como também provoca reações equivalentes em sucessão quase incontrolável, arrebentando tudo quanto se lhe opõe no percurso destrutivo.
Todo o empenho em favor da preservação dos valores morais deve ser colocado a serviço da paz, como antídoto à força devastadora da violência.
Pequenos exercícios de autocontrole terminam por criar hábitos de não-violência.
Disciplinas mentais e silêncios fortalecidos pela confiança em Deus geram a harmonia que impede a instalação desse desequilíbrio.
Atividades de amor, visando o bem e o progresso da criatura humana e da sociedade, constituem patamar de resistência às investidas dessa agressividade.
Reflexões em torno dos deveres morais produzem a conscientização do bem, gerando o clima que preserva os sentimentos da fraternidade.
A violência é adversária do processo de evolução, fomentadora da loucura. Quem lhe tomba nas garras exaure-se, e, sem forças, termina no abismo do auto-aniquilamento ou do assassínio...
A violência disfarça-se no lar, quando os cônjuges não respeitam os espaços, os direitos que lhes cabem reciprocamente;
quando os filhos se sentem preteridos por falsos valores do trabalho, do dinheiro, do poder...
Na sociedade, quando os preços escorcham os necessitados;
quando os interesses pessoais extrapolam os seus limites e perturbam os outros;
quando a comodidade e os prazeres de alguns agridem os compromissos e os comportamentos alheios;
quando as injustiças sociais estiolam os fracos a benefício dos fortes aparentes;
quando os sentimentos inferiores da maledicência, da calúnia, da inveja, da traição, do suborno de qualquer tipo, da hipocrisia, disseminam suas infelizes sementes;
quando os pendores asselvajados não encontram orientação;
quando as ilusões e fugas, os vícios e aliciamentos levam às drogas, ao sexo desvairado, às ambições absurdas, explodindo nas ruas do mundo e invadindo os lares;
quando os governantes perdem a dignidade e estimulam a prevalência da ignorância, provocando guerras nacionais e internacionais...
A violência, de qualquer natureza, é atraso moral, síndrome do primitivismo humano remanescente.
O homem e a mulher estão fadados à paz, à glória estelar.
Assim, liberta-te daqueles remanescentes agressivos que terminam insuflando-te reações infelizes.
Se te compraz ainda mantê-los, tem a coragem de te violentares, superando-os ou domando-os, e contribuirás para o apressar do progresso humano.
Como não te é lícito conivir com o erro, ensina pela retidão os mecanismos da felicidade, evitando a ira, a cólera, o ódio.
A ira é fagulha que ateia o fogo da violência. A cólera é combustível que a mantém, e o ódio é labareda que a amplia.
Pensa em Jesus, e, em qualquer circunstância, interroga-te como Ele agiria, se estivesse no teu lugar. Tentando-o, lograrás imitá-lO, fazendo como Ele, sem nenhuma violência.
Joanna de Ângelis/ Divaldo Franco
Da obra: Momentos Enriquecedores.
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