Jesus de Nazaré, durante os poucos anos em que emprestou Sua presença amiga aos sofredores e ignorantes da Terra, foi visto muitas vezes orando.
Um dia, um dos Apóstolos rogou a Ele, com desejo sincero de aprender: Mestre, ensina-nos a orar.
E Jesus, elevando o pensamento, ensinou a mais bela síntese de como se deve fazer uma prece, proferindo a oração dominical, mais conhecida como Pai nosso.
Considerando todos os demais ensinamentos do Cristo, podemos perceber em Sua oração mais que uma simples prece, mas um roteiro seguro do qual podemos extrair profundas lições.
Quando Ele diz Pai nosso, evoca o Criador com suprema humildade e submissão, como quem busca a proteção Divina de alma aberta. No entanto, será inútil dizer: Pai nosso, se meus atos me desmentem e meu coração está sempre fechado aos apelos do amor fraternal.
Quando Ele diz, que estais nos céus, reconhece a supremacia e a grandeza do Senhor do Universo, que a tudo governa com extrema sabedoria. Mas de nada valerá dizer: que estais nos céus, se meus olhos só percebem as coisas materiais e meus valores são bem terrenos.
Quando Jesus fala, santificado seja o vosso nome, demonstra o respeito e a veneração pelo Ser Supremo. Todavia, se só busco Deus por formalidade e O nego sistematicamente nos mínimos gestos, não adianta dizer: santificado seja o vosso nome.
Quando Jesus roga: venha a nós o vosso reino, Sua alma se abre para nos ensinar que o reino de Deus está dentro de cada um e que para encontrá-lo é preciso buscar com todas as forças.
Mas, se gasto a maior parte do meu tempo construindo um reinado de aparências e futilidades, será inútil dizer: venha a nós o vosso reino.
Quando Jesus profere as palavras: seja feita a vossa vontade, submete-Se fielmente ao Pai, confiante em Suas soberanas Leis. Entretanto, será inútil dizer seja feita a vossa vontade se, em verdade, o que eu quero mesmo é que todas as minhas vontades e os meus desejos mesquinhos se realizem.
Jesus pede: o pão nosso de cada dia nos dai hoje. Sua rogativa é de um filho agradecido, que reconhece a misericórdia e a providência Divinas. Mas direi em vão, o pão nosso de cada dia nos dai hoje, se nada faço para conquistar o pão que me dá o sustento ou, se o possuo em abundância e desprezo aqueles que padecem fome e frio.
Jesus fala: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Neste pedido ensina uma Lei simples e imutável que estabelece o perdão como condição básica para se ser perdoado.
No entanto, se injusto, gosto de oprimir os mais fracos, desprezo as mínimas regras de solidariedade, e guardo toda mágoa como um tesouro precioso, será inútil dizer: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
Ao rogar ao Pai: não nos deixeis cair em tentação, Jesus nos convida a buscar o amparo do Alto para as nossas intenções de autossuperação, de renovação íntima, de construção do homem novo.
Mas, de nada adiantará dizer: Não nos deixeis cair em tentação, se atendo os apelos íntimos dos instintos inferiores que teimam em comandar os meus atos, afastando-me do caminho do bem.
Jesus solicita ao Criador: livrai-nos do mal. Um ensinamento valioso para todos aqueles que buscam agir com retidão e desejo sincero de não se afastar das soberanas Leis de Deus.
Todavia, será inútil dizer: livrai-nos do mal...
Se por minha livre vontade busco os prazeres materiais, e tudo o que não é lícito me seduz.
E, por fim, será inútil dizer: amém ou, assim seja, se admito que sou assim e alego fraqueza para alterar meu mundo íntimo, nada fazendo para melhorar a minha condição espiritual.
* * *
Importante atentar para a grandeza dos ensinos do Sublime Galileu.
Atendendo a um simples pedido de um Apóstolo, Jesus legou à Humanidade um roteiro que poderá nos conduzir com segurança na escalada para a autorrealização.
Basta que procuremos seguir esse roteiro com disposição e coragem e, acima de tudo, com muita vontade.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita
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